Comemorar Abril traz consigo a esperança de que podemos construir "um mundo mais justo", aos olhos de Sophia.
Uma sociedade capaz de se livrar de preconceitos e opressões, um mundo com políticas focadas nos reais desafios que vivemos - no incontornável combate às alterações climáticas que não exclua da equação a pecuária intensiva - e em políticas que tragam liberdade para todas as outras espécies com quem partilhamos o planeta.
O conservadorismo e a ideia subjacente de "donos disto tudo" de um Governo e Assembleia da República incapazes de sair da sua zona de conforto não lhes permitem ver o ritmo alucinante de perda de biodiversidade - continuando a permitir que se cace tudo o que mexe - nem compreender os impactos ambientais da pecuária intensiva e a crueldade inerente ao transporte de animais vivos, perpetuando políticas que em nada nos beneficiam ou enobrecem enquanto espécie.
Há, contudo, duas conquistas recentes, que lembram Abril:
Uma questão fundamental de direitos humanos: o fim absoluto das chamadas "práticas de conversão", verdadeiros atentados às pessoas LGBTI+, que continuam a ser alvo de práticas de reorientação sexual, denominadas de "terapias" quando não têm qualquer caráter terapêutico. Os testemunhos das vítimas sujeitas a tais atos ilustram a forma degradante, humilhante e violenta como são tratadas, submetidas a condicionamentos aversivos, considerados tortura pela OMS. A Assembleia da República caminha para o reconhecimento do quão atentatório é para a dignidade humana a realização de atos contrários à orientação sexual, identidade ou expressão de género.
Noutro patamar, e tendo em conta a posição de uma sociedade mais consciente em relação aos nossos deveres para com os outros animais, foi assumido por ? dos/as deputados/as na comissão de revisão constitucional que a proteção dos animais irá ser contemplada na revisão que está a ser levada a cabo. Queremos ver a sua consagração na Constituição da República Portuguesa, como um dever do Estado, queremos que a (r)evolução continue a acontecer e - para isso - é preciso que se aprovem progressos.
Dirigente do PAN
