A consciência de que não há planeta B e as preocupações daí resultantes deixaram de ser uma tendência ativista ou de política partidária. Entraram definitivamente no nosso quotidiano e (quase) todos já queremos melhorar o Ambiente ou afetá-lo o menos possível com os nossos hábitos de consumo.
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Em casa, no trabalho ou no lazer, o termo "sustentabilidade" passou de moda embelezadora de discursos para assumir a condução de muitas práticas. E chegou já a setores apontados como dos mais poluentes, ainda por cima responsáveis por importante dinâmica da economia nacional: o têxtil e o vestuário.
O que podia parecer um fatalismo - devido a exemplos como a origem de muitas fibras no petróleo ou o enorme consumo de água para produzir uma simples t-shirt, a par de algumas práticas de "fast fashion" - provocou reação e tornou-se fator competitivo para uma indústria exportadora que dá emprego direto a cerca de 130 mil pessoas em Portugal. Ao ponto de o PRR - Plano de Recuperação e Resiliência e os Fundos Europeus Next Generation EU estarem a apoiar com 71 milhões de euros um arrojado projeto de mudança radical do paradigma, que será também um trunfo para promover a produção nacional além-fronteiras.
O conceito de bioeconomia na indústria têxtil deu origem ao nome "be@t" (bioeconomy-at-textiles) para o projeto, que representa um investimento global de 138 milhões de euros a operacionalizar através de um consórcio liderado pelo CITEVE. Mais de 50 empresas de diferente dimensão, associações, universidades, centros tecnológicos e de investigação estão conjuntamente a procurar matérias-primas de base sustentável e com origem no que a natureza nos dá, a desenvolver novas técnicas e tecnologias de processamento e de reciclagem e, em paralelo, a aprofundar o estímulo às mudanças no consumo individual.
A sustentabilidade deixou de ser uma moda e é já a razão para atitudes mais conscientes a todos os níveis da sociedade. Afinal, o planeta A pode ser também o B (de be@t).
*Consultor Magellan responsável pela comunicação be@t