Afinal, a TAP já não vai poupar 630 mil euros, substituindo os "velhinhos" Peugeot por 50 BMW de topo de gama. Os híbridos plug-in para usufruto de administradores e diretores, com bancos de pele e ecrãs multimédia digitais com 8,8 polegadas, terão de ficar para uma próxima oportunidade. A companhia entendeu que não era o momento para gastar, em média, mais de 52 mil euros por cada uma destas viaturas.
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Entendeu porque compreende "o sentimento geral dos portugueses", apesar "da nova frota ser menos onerosa para a companhia nas atuais condições de mercado", diz em comunicado.
Portanto, a TAP diz que os portugueses não perceberam que a empresa queria optar por modelos "mais amigos do ambiente" e que desconhecem os benefícios fiscais que as viaturas híbridas permitem. Argumentos que, num primeiro momento, usou para justificar a compra dos automóveis.
A TAP queria poupar. Percebe-se a preocupação. A companhia aérea portuguesa foi salva por um plano de resgate que vai custar mais de três mil milhões de euros. Já tinha reduzido a sua frota de aviões, já tinha cortado quase três mil postos de trabalho. Já tinha baixado salários.
Queria agora poupar na frota automóvel que tem de ser substituída até ao próximo ano. E só não o fez, repita-se, porque compreende "o sentimento geral dos portugueses".
Não é preciso fazer nenhum esforço, nem sequer o mais mínimo dos mínimos, para concluir que ninguém entenderia esta decisão da Administração da empresa, que suscitou duras reações.
No verão, ficámos a saber que o plano de reestruturação estava "a ser executado com sucesso"! E, perante o descontentamento de centenas de trabalhadores que protestavam contra cortes nos salários e nos efetivos, o Ministério das Infraestruturas apelou ao "sentido de responsabilidade" dos funcionários. Foi um apelo curto.
*Diretor-adjunto