A urgência do Futebol Profissional
Corpo do artigo
Para preparar este meu primeiro artigo no Jornal de Notícias, a quem aproveito para agradecer publicamente, fui instada a dizer "ao que venho". Prefiro dizer o que quero (queremos).
Há alguns meses recebi o desafio de integrar a equipa que tem como missão fazer crescer o Futebol Profissional Português. Confesso que em apenas dois dias decidi mudar o meu foco profissional para aceitar esse desafio, face ao atual contexto de mudança nas mentalidades, ao imperativo de construir o modelo de comercialização e gestão centralizadas dos direitos de transmissão audiovisuais, à globalização crescente de informação e capacidade ilimitada de gerar engagement.
Disseram-me "grandes naus, grandes tormentas". Respondi: "Esta é a tempestade perfeita". Tal como outrora fomos além-fronteiras, hoje fá-lo-emos novamente.
Não vejo somente as "4 linhas", mas, sim, muito para além delas. Vejo uma indústria que emprega milhares de pessoas, tem peso significativo no PIB nacional, gera investimento e receitas fiscais, por isso deve ser encarada com todo o rigor económico e financeiro.
Assim, com uma Direção de excelência, que em tudo se revê nas palavras do Presidente Reinaldo Teixeira "Uma Liga para Todos", posso agora dizer o que pretendo (pretendemos).
É urgente dotar as Sociedades Desportivas de infraestruturas modernas, capazes de gerar receita adicional e de se afirmarem como polos de dinamização social e cultural.
É urgente reduzir custos de contexto que penalizam a atividade, como a incidência do IVA na bilhética ou o peso dos seguros, já em discussão com as entidades competentes.
É urgente sensibilizar o Governo para o papel transformador do Futebol, motor de crescimento interno e embaixador além-fronteiras.
É urgente apostar em conteúdos inovadores, capazes de atrair novos públicos e gerar rendimento.
É urgente criar um modelo de Fair Play Financeiro adaptado à realidade portuguesa, exigente e ambicioso, que assegure a sustentabilidade das Sociedades Desportivas e a robustez económica do nosso Futebol.
Ao que venho? Creio ter começado a resposta.
Como economista este é o caminho que antevejo. Como CFO, este é o caminho que traço. Como adepta, este é o futebol que desejo... de todos e para todos!