Corpo do artigo
Como a rã da fábula que procura assemelhar-se à vaca, os novos partidos da Direita andam, à boleia das sondagens, inchados e impantes. Vivem da imagem dos seus líderes, mais beto o da Iniciativa Liberal, mais todo o terreno o do Chega. Mas, por trás dessa imagem que engana muita gente, há a realidade e, essa, tal como o algodão, não engana.
O Chega, por exemplo, sempre a vociferar contra os políticos (os outros, porque os próprios consideram-se a cima da política...), elegeu um membro na Assembleia Municipal do Porto. Pois bem, nas 25 reuniões que se realizaram desde o início do mandato, o Chega faltou a três, saiu a meio em duas (recebendo, mesmo assim, a senha de presença na totalidade...) e, perante a centena de pontos abordados, interveio apenas seis vezes! Utilizando a terminologia de Ventura, uma vergonha!...
A Iniciativa Liberal, que integra o Grupo Rui Moreira, não falta. Mas, na Assembleia Municipal, diz o que verdadeiramente pensa. Quando se discutia o apoio que o Município podia dar à produção local e nacional, um seu deputado defendeu apenas isto: "Existe este fetiche com a produção nacional. Se tivermos fornecedores externos [estrangeiros] capazes de fornecer alimentos de forma mais barata, vamos encarecer as refeições, por exemplo, nas nossas cantinas? Para defender empresas só porque estão no solo nacional?"...
Ou seja, o guito sempre em primeiro lugar! Que se lixe o interesse nacional, as vendedeiras do Bolhão que vendam "made in China", marimbem-se para a pegada ecológica dos produtos e para a soberania.
Bem podem dizer que são a Direita "nova" que, com estas atuações e pensamentos, Direita mais velha não há...
*Deputado municipal