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O Braga cedeu os primeiros pontos num jogo que teve bom futebol, muito desperdício e uma boa dose de antijogo que o árbitro não soube - ou não quis - contrariar.
Apesar de ter entrado a ganhar, o Braga permitiu a reviravolta diante de um adversário muito fraco que usou e abusou das regras. O golo do empate é um daqueles lances decididos pela sorte, em que a bola esbarra no jogador e acaba por entrar sem querer. O Braga respondeu com um cabeceamento de Zalazar no poste e, ato contínuo, o AFS fez a reviravolta numa jogada bem sucedida.
Apesar do resultado desfavorável, os jogadores receberam das bancadas da pedreira um apoio absolutamente extraordinário. Mas o que se seguiu não foi bonito: o Braga a querer jogar e a ser impedido de forma antidesportiva.
Em cada jogada havia um jogador estendido no relvado a solicitar a assistência. O árbitro, em vez de defender o jogo, pedia vagarosamente que se levantassem sem qualquer consequência. Como seria se o lesado fosse um dos três poderosos? O árbitro também virava as costas às demoras na reposição de bola? Também participaria do circo que Spencer montou? Daria apenas sete minutos de compensação?
Ninguém me convence de que o estilo de jogo de José Mota pudesse ser bem-sucedido em qualquer outro país. Mas o seu sucesso só é possível por ação e inação de uma Liga que só se preocupa com o espetáculo quando jogam os três clubes protegidos.
O empate surgiu no último fôlego, com um golo de cabeça de Fran Navarro, que entrou tarde na partida. O Braga jogou bem mas isso não chega: é bom que Carlos Vicens tenha tirado notas sobre a realidade do futebol em Portugal.