Corpo do artigo
Quando me ligou a perguntar pelas minhas "meninas" (duas gatas irmãs que adotei há três anos numa associação de acolhimento) a Marta descaiu-se e acabou por confessar que a intenção da conversa era outra: precisava de ajuda. Dei-lhe toda a minha atenção e ouvi-a dizer que há cada vez mais cães e gatos abandonados nas ruas, à porta de canis e até em lugares impensáveis, como florestas. "Costuma ser no verão, mas, agora, com a subida do custo de vida, há quem considere o animal fofinho como um monstro que traz despesas". Perguntei-lhe como ajudar. "Escreve, por favor, diz às pessoas que pensem duas vezes". Prometi que o faria. Estou a fazê-lo. Pelos patudos que passam de companheiros a desprezados, pela Marta, pelas associações cada vez com menos dádivas e que são a última esperança para seres vivos que dão tanto e nada pedem em troca.
*Jornalista