Se há coisa de que nós, portugueses, nos podemos orgulhar é do Programa Nacional de Vacinação (PNV). Criado há quase 58 anos, é, ainda hoje, um exemplo mundial. Percebemos cedo a importância de vacinar e soubemos implementar aquele que é um dos principais instrumentos de saúde pública.
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Nesta que é a Semana Europeia da Vacinação, não é demais lembrar que vacinar é promover a saúde e prevenir a doença. Não é preciso recuar muitos anos para encontrarmos vários casos de morte ou de lesões severas provocadas pela varíola, bem como de paralisia causada pela poliomielite. Mais recentemente, também o número de bebés que chegavam às urgências pediátricas com sépsis meningocócicas deixou de ser uma realidade, com a inclusão da vacina contra a meningite no PNV, a partir de 2006.
De facto, devido à vacinação, tem sido possível evitar milhões de mortes em todo o Mundo. Mas os benefícios não se ficam por aqui. A Organização Mundial da Saúde estima que com a administração de vacinas se evitam entre quatro e cinco milhões de mortes por ano, contudo, em todo o Mundo, 1,5 milhões de crianças ainda morrem porque não estão imunizadas contra doenças como o sarampo.
As poupanças em saúde que as vacinas permitem são um contributo importante para a sustentabilidade do sistema de saúde.
Em Portugal, a taxa de vacinação está nos 80% na população adulta e nos 95% nas crianças, dados que demonstram a confiança que os portugueses têm nas vacinas e que é promovida pelos profissionais de saúde. Confiança essa que é corroborada pelo estudo "Perceção do Valor das Vacinas", apresentado na passada semana pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica - APIFARMA.
Este retrato sobre a forma como a população e os profissionais de saúde portugueses avaliam o impacto da imunização na saúde revela que as vacinas são encaradas como extremamente relevantes para a manutenção da saúde pública e o envelhecimento saudável. Aliás, 70% dos inquiridos afirmaram estar disponíveis para comprar vacinas extra PNV, apesar dos custos associados.
Não obstante o sucesso do PNV, há todo um trabalho que tem de ter continuidade.
Existem ainda várias vacinas que são altamente recomendadas, mas que, não estando integradas no PNV, não são administradas por incapacidade económica dos utentes. O PNV é um ativo fundamental do nosso sistema de saúde. Saiba o Estado estar à altura deste legado e continuar a otimizá-lo, seja pela aposta na inovação seja pelo acesso a novas vacinas.
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