Corpo do artigo
A propósito da entrega do Prémio Vasco Graça Moura a Eduardo Lourenço, em 2016, Guilherme de Oliveira Martins escreveu no “Diário de Notícias” o artigo “Eduardo Lourenço: Portugal como ideia”.
Na conclusão do artigo é dito que “o tema de Portugal como destino está de pé. Longe dos mitos da glorificação ou do pessimismo são urgentes a liberdade e a vontade!”
A liberdade e a vontade são valores conciliáveis e desejáveis numa democracia, em particular a nossa que está prestes a atingir os 50 anos.
É em liberdade que exprimimos as nossas ideias e opiniões. Queremos, pelo menos a vasta maioria de nós, que assim continue a ser. Mas a liberdade é, também, a força motriz dos sonhos, das expectativas e da crença na nossa capacidade de mudar o Mundo.
Somos um povo que pode e deve aplicar a sua liberdade à vontade coletiva para a construção de um país mais justo, equilibrado e humanista. Um país que se constrói com base no bem comum, no desenvolvimento sustentável e no progresso económico e social.
Registo alguns exemplos atuais desta força da vontade, os quais, há apenas poucos anos, poucos acreditariam ser possível alcançar.
O primeiro, com um impacto geral, é o controlo dos crónicos deficits orçamentais, com a consequente melhoria da credibilidade de Portugal nos mercados internacionais, iniciando um caminho paralelo de redução da dívida pública e de redução de impostos sobre o trabalho.
Aumentar o rendimento disponível já hoje é tão importante como evitarmos deixar às próximas gerações uma dívida pública sufocante.
Ao mesmo tempo, o país começa a convergir para um padrão de governação mais descentralizada, comum nos países mais desenvolvidos. A proposta de Orçamento do Estado para 2024 transfere para os municípios mais recursos - mais 750 milhões de euros do que em 2023 - ou seja, aproxima os recursos do país das necessidades de cada comunidade, permitindo aos municípios prestarem melhores serviços públicos e induzirem um novo ciclo de investimento público, gerador de crescimento económico.
E, a um nível mais local, evidencio a apresentação na passada semana da nova fase de expansão do Metro do Porto, com quatro novas linhas, de que destaco a linha de São Mamede Infesta à Senhora da Hora, uma conquista absolutamente prioritária para a mobilidade sustentável de dezenas de milhares de matosinhenses e não só.
Exemplos do que somos capazes de fazer se, tal como disse Guilherme de Oliveira Martins, acreditarmos na urgência da liberdade e da vontade!