A Associação Empresarial de Portugal está de volta ao papel de liderança para que sempre esteve vocacionada: o de legítima e emérita representante do mundo das empresas e indústria portuguesas, máxime do tecido empresarial do Porto e do Norte de Portugal.
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Um parceiro social e uma voz incontornável na atividade, economia e política de um país que continua a ter a norte do Mondego o principal contingente das empresas exportadoras.
Na última sexta-feira, no seu primeiro congresso Portugal Empresarial, depois de dois discursos de abertura (mas que não foram só de boas-vindas) do presidente da AEP - Luís Miguel Ribeiro - e da presidente da Câmara de Matosinhos - Luísa Salgueiro -, a AEP conseguiu reunir no auditório da Exponor personalidades tão relevantes, mas também tão distintas, como Paulo Portas, Pedro Siza Vieira, António Rios Amorim, João Pedro Matos Fernandes, José António Félix Ribeiro, João Pedro Freitas e ainda a comissária europeia Elisa Ferreira, Francisco Assis e o ministro da Economia, António Costa e Silva, que encerrou o congresso. Menos sonantes, mas com intervenções igualmente interessantes, ainda tivemos Gil Mata, da Sonae Capital, e Ana Tavares, do Citeve. A este painel juntou-se com um vídeo de quase 10 minutos o presidente da República , que teve de cancelar à última hora a sua presença no jantar por causa da ida à tomada de posse de João Lourenço.
Se estas presenças no palco já constituíam um enorme sucesso, aquilo que para mim foi o grande mérito e o grande impacto deste congresso empresarial foi ele ter suscitado a presença de quase 500 empresários, decisores e também personalidades da vida académica, que se concentraram no mesmo momento e no mesmo propósito durante toda a tarde. Devo dizer que não me recordo de algum outro evento que tenha juntado nos últimos anos um conjunto tão vasto e tão relevante de agentes do setor económico português. Nem no Porto ou no Norte, nem sequer em Lisboa, a capital onde para muitos dos poderes da nossa economia é muito mais fácil convergir e aparecer.
Um segundo mérito, aliás igualmente destacado pelo presidente da República e pelo ministro da Economia, foi o facto de a AEP ter elegido para este congresso como temas principais os desafios atuais e futuros da reindustrialização e da sustentabilidade. Finalmente, foi especialmente motivador poder assistir aos depoimentos e às trocas de argumentos de personalidades que tendo vindo da política foram capazes de se despir de alguns preconceitos e alguns tiques que a política costuma colar à pele dos seus protagonistas. Neste aspeto, Paulo Portas, Pedro Siza Vieira e até o ministro da Economia conseguiram discutir olhos nos olhos com os empresários os verdadeiros problemas que os afligem e desfilar sem medo as várias soluções possíveis para tentar melhorar a performance e a produtividade da nossa economia.
Tal como a AEP, o seu presidente e os seus órgãos sociais, também eles estão francamente de parabéns.
*Empresário