A mais fascinante discussão desta semana no Facebook aconteceu por causa de Fidel Castro.
Corpo do artigo
Nesse ubíquo mundo virtual que todos frequentam e em que todos têm igual palco e audiência automaticamente atribuída, truque que nos vai disfarçando a irrelevância, há muitos debates, indignações e bastantes delírios. É quase impossível fugir a cada um deles e, pior ainda, é difícil resistir à tentação de também tentar influenciar o curso da torrente de julgamentos, acusações, insultos, crenças, presunções, notícias - verdadeiras e falsas -, pareceres e sentimentos que compõem o imparável, e tantas vezes insuportável, vendaval do Facebook.
Mas uma coisa é ser apanhado na confusão e outra bem diferente é estar confundido. Houve muita gente que se deixou embrulhar no estranho concurso de totalitários que se gerou, numa corrida para baixo do tipo "o meu é melhor do que o teu", versão "quanto pior, melhor". Veja-se ao que se chegou nesta discussão: cada um fez por amenizar o seu ditador só para poder acusar com mais força a ditadura do outro. Inventámos o relativismo totalitário. Ou o totalitarismo relativo. Ouçam, eu também ouvi muitas vezes, na adolescência, aquela música gira do "comandante Che Guevara". Mas se na adolescência até se pode perdoar a ignorância, em adulto é preciso ter mais cuidado. A Internet não esquece o ridículo, de uns e de outros.
JORNALISTA