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A alguns minutos da despedida oficial do título, o F. C. Porto foi capaz de fazer jus a uma boa segunda parte, com mais arrojo e critério e evitar o que parecia certo. O adeus prematuro. Sobretudo, a intensidade, que se desdobrou em querer quando já nada havia a perder com o resultado que o Sporting construiu no fim dos primeiros 45 minutos, depois de insistir permanentemente pela esquerda até que a corda roeu num lance de ruptura de Quenda. Após passar toda a primeira parte sem conseguir ligar mais do que um par de jogadas partindo de trás, e apesar de enviar uma bola à barra, o F. C. Porto percebeu que teria que, pelo menos, acelerar. O empate ajusta-se ao jogo, não deixa encomendar faixas nem coloca o F. C. Porto de fora, mas percebe-se que esta luta será certamente mais pela vontade de morder calcanhares do que para poder efectivamente ganhar. Uma pré-época em competição com um novo sistema táctico é também isto.
Acabar a festejar efusivamente um empate não significa que perder dois pontos seja um bom resultado. Ainda assim, percebe-se a válvula de escape. O pior F. C. Porto das últimas décadas não perdeu com o melhor Sporting dos últimos anos e, com uma dezena de treinos nas pernas, não se pode exigir muito mais a Martín Anselmi. Resta aquilatar sobre a real capacidade dos centrais para jogar neste sistema e se o colectivo poderá crescer para patamares de exigência onde o erro defensivo sistemático seja evitado. A confiança trará melhores resultados e o fim do mercado aberto terá também que unir o grupo em objectivos mais do que mínimos.
*Adepto do F. C. Porto
**O autor escreve segundo a antiga ortografia