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O Porto prepara-se para dar novas licenças para Alojamento Local (AL) na maioria das freguesias. De fora, ficam as do Centro Histórico (exceto Cedofeita) porque já lá há mais turistas do que residentes. A ideia de abrir a porta a novos registos , mediante o regulamento, assenta no que se chama "rácio de pressão urbanística". Ou seja, o AL tem de dar espaço a habitações, comércio e serviços, não podendo ocupar mais do que 15% do território. O problema é que o Porto há muito que não tem casas compatíveis com os salários portugueses. Quem se lembra da onda de despejos na cidade, encontra a razão. Não gostaria de ver o Porto a tornar-se numa terra onde os munícipes são meros visitantes. Nem num local onde falar português é quase raro. A tão falada multiculturalidade é bem-vinda desde que haja bom senso. Acho que no caso em concreto já será tarde para isso. E é pena.
*Jornalista