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O primeiro-ministro falou no 1.º dia de 2023 aos jovens, dizendo que “o futuro se constrói hoje, com e para as novas gerações”. Esta mensagem precisa, mesmo, de ser lembrada.
Depois da Jornada Mundial da Juventude e mais de metade do ano vivido, a realidade das novas gerações continua desconcertante: não conseguimos sair de casa dos pais, os salários são baixíssimos e a parentalidade é adiada.
Não há futuro sem presente, e o que estão a retirar aos jovens é o direito a um presente com dignidade. Por isso, o Governo deve concentrar-se em criar condições a médio-longo prazo, para que Portugal seja a sua primeira escolha, ao invés de tornar o país numa incubadora de jovens emigrantes qualificados.
Urge começar de novo, pois temos vivido mais do mesmo. O mês de setembro tem de ser o outro janeiro, com uma renovada e esperançosa mensagem de Ano Novo que seja concretizada. Não podemos ter apenas medidas conjunturais, pontuais e avulsas.
A rentrée política e a retoma da atividade parlamentar são acompanhadas pela situação preocupante dos portugueses: 1 em cada 2 atualmente empregados sente que o salário não cobre todas as suas despesas. A inquietação antiga de trabalhar para viver ou viver para trabalhar passa ao triste fado, trabalhar, trabalhar e trabalhar para sobreviver.
É altura de rever as resoluções e os desejos de Ano Novo. O tempo não volta atrás, logo, resta-nos olhar em frente, para que os 4 meses que faltam e os anos seguintes não sejam piores.
Fernando Pessoa disse “Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho”. Sucessivas gerações lutaram por um futuro melhor que tarda em chegar e se fazer presente.