Vivemos os últimos dias do atribulado ano de 2022. Sempre gosto de fazer um agradecimento à vida pela oportunidade de tantas coisas boas que partilhámos, mas em vários aspetos da história que fica escrita, é importante que as esperanças no ano novo possam ter consequências bem mais positivas na história que vamos começar a escrever em 2023.
Guerra na Europa e Governo de maioria absoluta em Portugal foram duas das marcas mais fortes do ano político de 2022, que vão continuar a assinalar o ano novo.
A guerra provocada pela Rússia na Ucrânia é um dos absurdos de 2022 que queremos que termine e que tem unido o Mundo Ocidental para ajudar o Governo e o povo ucraniano, numa luta que sendo pela paz, também é pela democracia e pelo desenvolvimento centrado no Homem. Que 2023 seja o ano da paz, com a energia e a força da juventude que se vai encontrar em Portugal com o Papa Francisco, numa ação e oração pela paz a que todos nos vamos unir.
O Governo de maioria absoluta que assumiu o poder em 2022, sob a liderança de António Costa, não deu mostras de estabilidade, força interna e eficácia externa, não conseguiu transpor dos discursos a capacidade reformista que a prática política exige e a democracia portuguesa tão necessitada está. Que 2023 seja o ano do Governo que governa, que lidera uma Administração Central do Estado eficaz e diligente, que coloca o SNS a trabalhar com permanência junto dos portugueses, que transforma a escola pública em espaços modernos de realização de alunos e profissionais de Educação.
O Mundo precisa que o seu Ocidente e em especial a sua Europa tenham líderes políticos do centro do espetro político, com coragem reformista, que honrem a eleição que lhes permitiu aceder ao poder e que deixem a lógica menor do taticismo para tentar ganhar a eleição seguinte, tirando espaço aos radicalismos de Direita e de Esquerda que pela arma da demagogia inconsequente vão capitalizando o descontentamento dos injustiçados.
Portugal precisa de um Governo reformista e corajoso, que deixe de bater recordes sucessivos de coleta de impostos à custa da crise inflacionista que a todos penaliza, que tenta fazer colorir com o atirar de ajudas financeiras que partilham apenas uma pequena parte desse seu ganho. Exige-se a opção pela redução de impostos sobre o consumo e o rendimento do trabalho e da atividade das empresas, de forma a apoiar de forma séria, direta e pronta, todos os que são agentes diários da atividade e do desenvolvimento social e económico.
Que 2023 tenha democracias mais fortes, governos mais ousados, serviços públicos que verdadeiramente funcionem em razão dos interesses dos cidadãos seus destinatários.
É tempo de balançar 2022 com o seu lugar na história e a nota positiva de valor baixo.
É tempo de acumular energias e esperanças, para construirmos um 2023 que fique na história com uma nota positiva alta.
Boas-festas e bom ano novo 2023.
*Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
