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Pus-me a tentar recordar as ruas da cidade outrora arborizadas. E reencontrei umas tantas hoje sem esse atributo e, para muitas pessoas, inimagináveis como tal. Algumas - de tão entranhadas no nosso quotidiano automobilístico - desapareceram das memórias que os sobreviventes da cidade invisível puderam guardar. Já nem como fantasia as revemos, porque o tempo vai apagando as lembranças que, inundados de mudança, vamos deixando diluir. (E já não tenho o Júlio, o BV ou o João Manuel como consultores.)
Imaginem estas ruas bem compostas de arvoredo: Santos Pousada, Gonçalo Cristóvão (espampanante), N.ª Sr.ª de Fátima, Avenida da Boavista (até ao Bessa, era catedral verdejante), Álvares Cabral, Serpa Pinto, Faria Guimarães, Escola Normal, Campo Alegre, Av. de França e Fernão de Magalhães (sem clareiras). E o mais que não consegui visualizar.
Os efeitos de qualificação ambiental e visual do Burgo pela arborização de ruas são evidentes no que sucedeu em Sá da Bandeira e no retomar da tradição nas Carmelitas. E, por tais razões, não posso estar mais de acordo com os objectivos da campanha “Quero ser uma árvore”, promovida pelo Grupo GARRA, destinada a apoiar a arborização da cidade, através de várias acções mas, sobretudo - o que me agrada especialmente - a sua plantação nas caldeiras que se encontrarem vazias (os espaços dos passeios que se destinam à sua plantação). O ano passado foram replantadas 40 e candidato já três em frente a minha casa para aumentarem a boniteza da rua. Abaixo pois as caldeiras vazias e venham as árvores.