Armanda Passos deixou-nos há uns anos mas a sua presença entre amigos mantém-se, no caso sou seu amigo há mais de 40 anos, considerando tratar-se de uma pintora do Porto, que aqui se manteve sempre e deixou obra notável que a cidade tem de reconhecer.
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Atribuiu-lhe a atual Câmara medalha de mérito a título póstumo, num pacote que não valoriza a sua obra, reconhecida recentemente numa “Exposição dos 80 anos” promovida pela filha Fabíola Passos na Casa-Museu da mãe. Disse Fabíola um dia “a minha casa é a minha mãe” e o trabalho montado nesta exposição e desfrutado pelos amigos, incluindo o actual presidente da República, mostra essa justa tarefa.
“Nada nos pertence, nada é nosso (…) amo o Amor e a Paz”, disse Armanda em Dez/2005, ainda no auge da sua carreira, enquanto Luís Osório disse “Armanda é mais que uma pintora (…) uma das mais fulgurantes artistas portuguesas no pós 25 Abril. Uma mulher livre e talentosa”. Recordo estes factos, pela amizade construída ao longo de décadas e pela fraterna admiração pessoal e humana e atenção ao seu percurso, registada em textos de “Catalogo de Exposições” e crónicas neste centenário periódico.
Hoje, neste texto de homenagem cidadã que não podia deixar de fazer, trouxe à memória a ESBAP de S. Lázaro e a geração de 70, o culto do Desenho e a importância que em tudo isto teve uma Instituição viva onde Armanda produziu também objectos de coleção, a Cooperativa Árvore. Para recordar um grande amigo e seu admirador e recente presidente da Assembleia geral desta casa, Miguel Cadilhe, que desta artista portuense disse: “Armanda era um dos espíritos mais superiores que conheci na pintura”, ou como escrevi em Outubro/2000 num catálogo de sua exposição, era “uma artista de grande mérito”.