Corpo do artigo
Ignoro qual a origem da tradição, mas tornou-se um hábito de muita gente formular desejos para o Ano Novo enquanto tocam as últimas 12 badaladas do ano que finda, ao mesmo tempo que, a cada badalada, comem uma uva-passa. Confesso que nunca fui um praticante zeloso deste ritual mas, talvez ciente dos desafios que o país, a Europa e o Mundo têm pela frente, este ano não resisti a formular alguns desejos. Ficam comigo os de índole pessoal e familiar, mas gostaria de partilhar com os leitores os 12 votos que fiz para 2016 durante as 12 badaladas que marcaram o fim de 2015:
1 - que o desemprego se reduza de forma muito significativa, em especial o dos jovens e o de longa duração;
2 - que ocorra uma clara redução dos níveis de pobreza e de desigualdade do país;
3 - para tal, que o crescimento da economia portuguesa fique bem acima das previsões mais otimistas;
4 - que a execução do Orçamento de 2016 inicie um período sustentado de melhoria das condições de vida dos portugueses respeitando, ao mesmo tempo, os compromissos do país a nível europeu;
5 - que as empresas portuguesas sejam capazes de aliviar o fardo do seu endividamento e consigam reforçar a sua posição nos mercados externos;
6 - que não ocorram mais situações no setor bancário que comprometam a sua estabilidade e a confiança de que deve usufruir;
7 - que os inocentes sejam ilibados e que os culpados sejam condenados;
8 - que o ambiente de crise vivido na Área do Euro continue a dissipar-se promovendo uma mais forte recuperação das suas economias;
9 - que o BCE se mantenha firme no apoio que tem dado aos países do euro;
10 - que mais países da UE sinalizem uma clara vontade de mudança nas políticas económicas europeias;
11 - que a UE seja capaz de vencer os desafios que lhe são colocados pelas tensões geopolíticas que a envolvem, designadamente no que se refere ao fluxo de refugiados;
12 - que se resolvam as situações de tensão/conflito que colocam em risco a paz e a segurança europeia e mundial;
Estou certo de que não será necessário que tudo o que acima se deseja se torne realidade para que, daqui a um ano, contrariamente a 2015, os portugueses achem que 2016 foi bem melhor que o esperado.
*Economista