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aA derrota e, pior do que isso, a exibição de Portugal em Copenhaga, com a Dinamarca, é um abre-olhos para Roberto Martínez e todos aqueles que idolatram a seleção nacional. Antes do encontro, senti os adeptos e comentadores, com alguma displicência, a demonstrarem o típico excesso de euforia, que, quando corre mal, depressa se torna em depressão. A verdade é que o jogo trouxe a nu as atuais dificuldades da equipa das quinas.
Neste momento, Portugal não é assim tão bom como se quer fazer crer. Tem, efetivamente, um elenco de qualidade, com várias opções, mas está muito longe de ser uma equipa. E é aí que entra o papel de Roberto Martínez e restante equipa técnica, que, feito o balanço dos últimos dois anos, não entusiasma. Rúben Dias tocou na ferida, lembrando que é neste tipo de jogos que Portugal tem de ser grande, jogar como tal e ter a atitude certa, de um conjunto de campeões.
O que vejo, neste momento, é uma formação de marketing, carregada de supostas estrelas, coisa que, no futebol mas também na vida, me irrita bastante. As estrelas estão no céu e mesmo assim estão em grupo. Só num coletivo forte é que todos podem dar mais um pouco de si e atingir a superação. Sem isso, o tal compromisso inegociável, tudo fica mais fácil para o adversário e que se viu da Dinamarca, desde o primeiro minuto, foi uma seleção que quis mais, que correu mais, que lutou pelos adeptos e merecia ganhar por mais.
O magro 1-0 foi a melhor notícia para Martínez, que tem amanhã uma segunda vida para tentar disfarçar o estado de coisas e garantir o apuramento para as meias-finais da Liga das Nações.
Roberto Martínez parece ser muito simpático, esforça-se em falar em português, mas, neste momento, entrou numa espiral de equívocos e não convence. Se Portugal ficar pelos quartos de final, Pedro Proença, o recém eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol, terá a primeira batata quente na mão.
*Editor-adjunto