<p>Conhecíamos há muito alguns vendedores oficiais da "banha da cobra", apostados em continuar a vender ilusões aos portugueses. Há dias, assistimos mesmo a mais uma sessão de fogo-de-artifício para "comemorar" o facto do PIB nacional ter crescido 0,2% no segundo trimestre…</p>
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Quando um primeiro-ministro embandeira em arco por ver o seu País voltar à estagnação económica, quase não são necessários mais comentários. Perante indicadores decepcionantes sobre a evolução da economia mundial e o soar de novos sinais de alerta, torna-se mais ainda caricata a política de comunicação do Governo com o país real. É que, nem a maior das poses de (aparente mas falsa) confiança conseguirá alguma vez fazer crescer a economia e diminuir o desemprego.
Mas se Sócrates já nos habituara a esta visão irresponsável sobre o desespero de quem trabalha e o flagelo do desemprego, a verdade é que o seu clone do PSD não lhe fica nada atrás. É que, as semelhanças entre Sócrates e Coelho não são só nas opções políticas, são também no estilo, no comportamento e na capacidade de ambos dizerem uma coisa a pensarem o contrário.
Se o PSD "veta" agora aumento de impostos, Coelho deveria explicar antes porque é que apoiou em Junho a subida do IVA e do IRS! E se considera que a situação na Justiça é má, deveria então dizer como se chegou aqui, mormente por via do acordo do "bloco central" para a Justiça! E se o PSD quer mesmo que o Povo volte às urnas, Passos Coelho deveria dizer porque não votou a moção de censura do PCP ou, então, porque é que não apresenta uma?
O PSD limita-se a anunciar prazos para outros fazerem o que só de si depende. O PSD não quer, portanto, mudar nada. Tal como o seu clone do bloco central, a sua última preocupação é quem trabalha.