É oficial: as injeções vieram para ficar. Cientistas de todo o Mundo já confirmaram que não nos livramos do vírus tão cedo e não atestam que as atuais vacinas a circular sejam eficazes contra as novas variantes.
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É o que se passa com o Novo Banco e com a TAP, que é o "novo" Novo Banco. Mudam-se as task forces das empresas mas os resultados são sempre os mesmos: prejuízos e novas injeções de capital público. A discussão do futuro da TAP e do Novo Banco tem, obrigatoriamente, de incluir no programa o ponto em que os portugueses têm de partir de novo o mealheiro. O prejuízo é certo. Pagarmos esse prejuízo também.
A TAP pode custar, até 2024, até 3,7 mil milhões de euros aos cofres do Estado. No Novo Banco, contas feitas, o valor das compensações já totaliza 3,57 mil milhões de euros. E ainda é precisa mais uma injeção de 600 milhões, à conta dos resultados (acrescentar negativos é redundância) de 2020. O campeonato da má gestão e dos prejuízos está bem renhido e ninguém quer ficar para trás.
Em Portugal premiamos a má gestão. Criámos e mantemos na esfera pública ou público-dependente uma nata de empresas mimadas, que são intocáveis. Que tudo fazem e nada lhes acontece, porque há sempre um envelope financeiro que paga as contas. Será que os 10 milhões de portugueses podem ser considerados acionistas, à força e sem opção, da TAP e do Novo Banco?
Mas, ironia das ironias, o mesmo Governo que esbanja dinheiro em empresas falidas de fato e gravata é o que quer pôr o pé no travão às medidas de apoios sociais urgentes, alargadas a sócios-gerentes e a trabalhadores independentes, aos profissionais de saúde e aos pais em teletrabalho com filhos em casa. Umas são alegadamente "estratégicas", outros não.
A TAP e o Novo Banco são os dois melhores concorrentes do reality show das empresas que mais prejuízo dão em Portugal. Agora que passamos mais tempo em casa, não há razões para não assistir. Só gostávamos todos de não ter de suportar o débito do saldo sem sequer pegarmos no telemóvel.
Empresário e presidente da Associação Comercial do Porto