Tarde de domingo é sinónimo de festa no Municipal de Braga, um arraial que mostra à Liga qual o caminho para trazer mais gente aos estádios. Quase tudo vermelho e branco nas bancadas, mas um jogo muito dividido em campo e disputado até ao último minuto com os bracarenses a respirarem de alívio e a celebrarem uma esperança que se mantém até ao fim.
A partida começou com o Braga a ter muitas dificuldades para impor o seu jogo até meio da primeira parte. Depois só deu Braga e Andrew, o guarda-redes dos barcelenses. Ricardo Horta, numa bela combinação com Bruma, marcou o único golo do jogo aos 30 minutos mas o Braga poderia ter faturado bem mais no primeiro tempo.
A segunda parte trouxe mais equilíbrio e 15 centímetros de alívio quando os bracarenses viram o golo do Gil Vicente ser corretamente anulado aos 87 minutos por fora de jogo.
O Braga, de Artur, Jorge não desarma da corrida ao pódio e está na luta por um lugar na História até ao fim. O ambiente no estádio foi do melhor que se viu em Portugal neste ano e a comunhão parece dominar as hostes bracarenses. Mas as contas não se fizeram todas ali. Mais tarde, o Braga ainda viu o quarto classificado perder pontos ao arrancar um empate com muita água benta e um VAR amigo.
Positivo: Artur Jorge merece destaque pelo que tem feito em Braga. Na época de estreia no escalão principal, um lugar no pódio e outro na final da Taça serão um prémio justo para a qualidade do trabalho.
Negativo: Portugal perdeu o sexto lugar no ranking da UEFA e a Liga parece não perceber as razões para o desaire. Um sistema que só favorece três clubes destrói a competitividade e faz com que todas as outras equipas - excepto Braga - pesem negativamente no ranking. Por muito que lhes custe, a responsabilidade é deles - Liga, comunicação social, entidades governamentais e três poderosos - que discriminam todos os outros todos os dias.
*Adepto do Braga

