Ouvimos ontem (TSF) o porta-voz da Metro do Porto afirmar que a Avenida dos Aliados estará aberta, livre das obras do metro, em véspera de S. João, a tempo de não perturbar as Festas da Cidade.
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Resposta às preocupações do senhor presidente da Câmara e de todos que têm de se deslocar à Baixa e, conhecendo o referido porta-voz, acredito, embora seja difícil acreditar neste tipo de compromissos.
Uma cidade em obras é uma urbe em desenvolvimento e progresso económico e social, nas deslocações a Nova Iorque media o fulgor económico da cidade pelo número de gruas, mas as obras no Porto não têm tido essa marca, pelo contrário, desenvolvem-se em “todos os cantos” quase sempre sem controle de planeamento dos “custos sociais e funcionais”. Sobretudo as “públicas”, como as referidas ao plano de desenvolvimento do metro e municipais de arruamentos.
Anuncia agora a Câmara a construção de “habitação a custos controlados” em Faria Guimarães/Covelo, zona sensível de saída da cidade e, sendo fundamental a opção produtiva e desconhecendo a localização, convém cuidá-la face aos compromissos funcionais existentes, para não criar situações idênticas às que vimos assistindo.
Tudo isto para louvar o compromisso da Metro com a Cidade, a empresa tem um plano de ação longo e perturbador e deve planeá-lo e divulgá-lo a tempo. E a Câmara, por voltar a assumir-se como produtora de fogos de interesse social, para novos moradores que temos perdido e urge recuperar. O Porto não pode viver só de turistas, importante na economia e divulgação exterior, mas a cidade deve ser dos seus cidadãos e, para isso, precisa de “reforçar as suas raízes”!
* Arquiteto e professor