Após a entrega final no jogo da Taça de Portugal frente ao Famalicão, muitos duvidavam da capacidade física do F. C. Porto para entrar em Arouca com as peças em suficiente rotação para arrancar três pontos.
Corpo do artigo
Outros afiançavam que eram como pinças os suportes que aguentavam a equipa ligada, agora que o título ganhou maior distância depois da derrota do Braga na Luz. Havia, ainda, os que garantiam que a equipa jogava pouco ou nada e que seria incapaz de lutar até ao fim, perante um Arouca com objectivos europeus numa segunda à noite. O jogo mostrou um F. C. Porto ligado e superior, pouco eficaz mas absolutamente comprometido com a sua responsabilidade e história. Só cairá perante a inevitabilidade da matemática. A pressão continua.
O recurso à calculadora é bem conhecido no futebol português e, neste caso, conta os pontos que faltam. A sete pontos virtuais à entrada, o F. C. Porto regressou aos quatro de diferença e coloca a fasquia de volta às traves de sustentação. Com o 2.º lugar praticamente cimentado, o-que-resta-do-que-resta-da-Liga é o percurso emocional de esperar pelo que Portimão pode fazer pelo suspense. Depois, frente ao Casa Pia no Dragão, honrar a possibilidade de que tudo fique ainda por decidir e não criar no Braga a sensação de ainda poder. Esse sentimento teria consequências dominantes para a final da Taça de Portugal.
Pode não ser até ao lavar dos cestos mas os caminhos para o título ainda não são de uvas contadas.
A subir
O jogo capicua 323 de Sérgio Conceição elevou-o ao treinador com mais jogos no F. C. Porto. Ao mesmo tempo, Armando Evangelista, treinador do Arouca, chegou ao número 65, tornando-o no treinador que mais vezes comandou a equipa na Liga. Uma coincidência feliz, numa noite de equipas com dedo de treinador.
A descer
A pressão para que não se marquem penáltis para o F. C. Porto atingiu níveis de ridículo que depois se atravessam nas decisões em campo. Não marcar um penálti com a qualidade indiscutível da carne arouquesa é o resultado de uma campanha que, infelizmente, não deixa os árbitros imunes. A falta sobre Pepe é gritante.
(O autor escreve segundo a antiga ortografia)
*Adepto do F. C. Porto