É preciso que não haja dúvidas sobre isto: PS, PSD e CDS são os principais responsáveis pelo estado calamitoso a que chegaram as contas públicas e a credibilidade das instituições do Estado nos últimos vinte anos. Foram estes partidos que governaram.
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Associar, como aconteceu esta semana, o Bloco de Esquerda a algum tipo de dissolução ou destruição moral do regime, ainda por cima nos termos dramáticos em que isso foi feito - ouviram-se comparações que ridicularizam quem as fez porque são, antes de tudo, ignorantes -, só porque deu a cara por um nova proposta, é quase ofensivo. Ainda assim, não se pode apresentar, no país em que a carga fiscal foi, em 2015, de 34,5% do PIB, um novo imposto como se se tratasse de uma adenda à portaria que regula o funcionamento da cafetaria do Ministério das Finanças. É errado encarar de ânimo leve o dinheiro e as expectativas das pessoas, pobres ou ricas. Mas para mim o que ficou desta semana em que, mais uma vez, nenhum avanço foi feito para se reformar o Estado e reduzir impostos a todos, é o anúncio sobre a conclusão do Palácio da Ajuda, uma espécie de tratado sobre a nossa fatal atração para a pequena grandeza: um país falido, cada vez mais desigual e pobre, quer concluir um palácio que vai servir para guardar e mostrar joias.
JORNALISTA