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A última frase do meu texto da semana passada levantou dúvidas.
Primeiro, equiparei a situação atual no Brasil à Alemanha pré-nazi. No final, escrevi que ainda há esperança para o Brasil.
Reconheço que foi confuso, mas eu esclareço. Em 1933, mesmo apesar do clima de grave crise social, medo e intimidação, o povo alemão resistiu e não deu a maioria absoluta ao partido de Hitler, que a julgava garantida. Só lhe deu 43,91% dos votos. Era essa esperança de que falava, a de que os brasileiros não deem mais de 50% a Bolsonaro.
Quem vota Bolsonaro pensa como ele. Não serve de desculpa dizer que o outro é pior. Até porque não é. Não há pior do que Bolsonaro, o homem que louvou Carlos Ustra, um criminoso que torturou crianças na ditadura. Bolsonaro não vai resolver os problemas do Brasil, vai resolver o seu problema com o Brasil livre. Ainda há tempo para os brasileiros levantarem a cabeça. Sei bem que não há nenhum homem puro. Mas há pelo menos um facínora brasileiro. E um facínora não tem espinha nem ajuda a levantar, só esmaga.
Se votar Bolsonaro, é bem possível que seja a última vez que vai votar.
*JORNALISTA