Aumento da idade de admissão à PSP? E porque não?

Está em discussão a possibilidade de aumentar a idade de admissão à PSP, dos atuais 28 para os 35 anos e até os 40 anos, para candidatos com vínculo à Administração Pública. A proposta está a ser contestada por alguns sindicatos, que a assumem como um placebo.

Uma breve análise a congéneres mundiais mostra-nos outra realidade.

- Espanha - é possível ingressar dos 18 anos até ao limite da idade de reforma;

- França - para o ingresso devem ter no mínimo 17 e no máximo 45 anos;

- Suécia e Inglaterra - basta ter 18 anos, não existindo limite máximo definido;

- EUA - não existe limite de idade definido.

Nestes países, a avaliação incide sobretudo no perfil físico e psicológico. Estas provas, mais que a idade, são o crivo que deve prevalecer, porque são elas que garantem a operacionalidade do futuro polícia e a qualidade do seu serviço policial. Se nos comparamos tantas vezes a estas Polícias, porque não o fazemos em relação à idade de admissão?

A PSP poderia beneficiar ao admitir candidatos mais velhos, com experiências profissionais diversas. Não faltam exemplos de polícias excelentes com mais de 50 anos, que demonstram diariamente competência, dedicação e resiliência.

Se o objetivo é aumentar a atratividade da PSP, não podemos continuar a boicotar novas ideias, apenas porque rompem com modelos antigos, agora, insuficientes. Outros países tiveram o mesmo problema e procuraram soluções. E nós? Preferimos continuar a insistir nas mesmas soluções, abanando apenas (não que não seja válida) a bandeira dos salários, sem falar na reabilitação da imagem organizacional que a PSP deve procurar encontrar?

E então, porque não abrir a oportunidade a quem, apesar da idade, tem ainda muito a oferecer ao país e à segurança pública? 40 anos? E porque não admitir cidadãos com 50 anos que, aprovados em provas físicas e psicológicas, queiram servir os portugueses? Naturalmente que não teriam direito à pré-aposentação, mas com o ADN PSP poderiam tornar-se excelentes polícias, fantásticos camaradas e, daqui a uns anos, poderemos questionar-nos, porque demorámos tanto tempo a aceitar que um polícia pode iniciar a carreira aos 50 anos.

Se escutarmos sempre os "Velhos do Restelo", a PSP ficará ancorada ao cais da tradição e nunca zarpará rumo a novas e diferentes soluções, mesmo que esta seja apenas uma de muitas que devem ser postas em prática para que consigamos alargar o espectro de recrutamento.