<p>A- António Costa. É o grande vencedor da noite eleitoral. A ajudinha da CDU permite-lhe governar Lisboa com maioria. A vitória é um trunfo fortíssimo para jogar quando chegar a altura de substituir José Sócrates na liderança do PS.</p>
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B - Bloco de Esquerda. Um dos grandes derrotados da noite. Manuel Pinho diria que falta ao partido comer muita papa maizena até alcançar um estatuto nacional.
E - Elisa Ferreira. Um (previsível) desastre face às expectativas iniciais.
F - Fátima Felgueiras. Caiu com estrondo. O povo é sábio. Às vezes.
I - Independentes. Concorreram em dobro face às últimas autárquicas. Mas só sete foram eleitos, tantos quantos em 2005. A cidadania continua um palavrão fora de moda.
J - José Sócrates. O resultado do PS foi bom. Parte para o novo ciclo com a alma menos estremunhada e com o principal partido da Oposição em frangalhos.
J - Justiça. Isaltino Morais e Valentim Loureiro venceram as suas batalhas, apesar dos problemas com os tribunais. O povo não é sábio. Às vezes. E, sobretudo, também não acredita na infalibilidade da Justiça que o serve. Isso faz toda a diferença quando os candidatos apresentam alguma obra.
L - Luís Filipe Menezes. Estrondosa vitória em Gaia, excelente discurso. Nenhuma solução futura do PSD pode passar ao lado deste facto e da importância acrescida da distrital do Porto do PSD.
M - Manuela Ferreira Leite. Perdeu, vencendo. O PS roubou ao PSD 26 autarquias. O resultado de anteontem deixa-a sem grande margem de manobra para continuar a liderar o partido. A aposta pessoal na candidata de Leiria, que perdeu a Câmara, é um bom exemplo de como a teimosia se paga cara.
N - Narciso Miranda. O povo é sábio. Às vezes. Matosinhos tem um novo senhor: chama-se Guilherme Pinto. Narciso disse que venceu, perdendo. Pode juntar-se aos comunistas, que, como se sabe, nunca assumem a derrota.
P - Pedro Santana Lopes. Bom resultado em Lisboa, discurso patético de justificação da derrota. Pode continuar a andar por aí, mas o seu espaço reduziu-se substancialmente.
R - Rui Rio. Pela primeira vez na história política do Porto, um candidato consegue aumentar a votação três vezes seguidas. Se, antes disto, era visto como putativo sucessor de Ferreira Leite, depois disto a sua capacidade de angariar simpatias no partido é ainda maior. Pena que insista na "cruzada" contra a comunicação social
S - "Status quo". Apesar de muitas autarquias terem mudado de mãos, ficou mais uma vez claro que quem detém o Poder só o perde se acumular erros básicos. De resto, o país voltou a mostrar anteontem a sua base sociológica de Esquerda.