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As próximas autárquicas vão trazer surpresas, algumas preocupantes. No Porto, a quantidade de candidaturas aponta para uma situação complicada, podendo a cidade ficar de difícil governação. Ganhe quem ganhar, ficará com um executivo fragilizado e necessidade de alianças difíceis, tanto mais que todas as propostas prometem "mundos e fundos" com pouca adaptação à realidade quando a cidade está diante de futuro preocupante.
A cidade administrativa é territorialmente limitada e vive do estatuto histórico de "capital do Norte" que Braga pretende disputar sem sentido e precisa de se articular melhor com a área metropolitana e discutir com o poder central parcerias em obras fundamentais: VCI, Habitação, Mobilidade e Turismo, pelo menos. Arranca um novo ciclo de governação, num momento em que a "negociação com o Terreiro do Paço" será mais difícil, pela conjuntura europeia e internacional e a situação "periclitante" do Governo.
Tudo isto são nuvens cinzentas numa cidade envelhecida e cercada por vias rápidas de ligação cruzada norte-sul e nascente-poente e atravessamentos de difícil solução. Propostas teóricas para estes "nós" não passam só pelo Porto, mas agora "desaguam" todas sobre a cidade e não se resolvem com a "conversa fiada" que anda por aí nas promessas. Precisam de "força política para bater o pé" ao poder central e condições para o fazer.
Este é o grande desafio do Porto Cidade e Área Metropolitana, que precisam mais que nunca de agir articuladas, mesmo que com diferenças políticas, pois o interesse dos cidadãos é comum e alargado a todos. Mesmo que com preocupações e dúvidas, acreditemos no melhor Futuro, ganhe quem ganhar, pois o Porto não pode perder a futura "maratona" da próxima década.