Foi seguramente a pior semana política para Passos Coelho, logo a seguir aos dias em que viu, em choque, Cavaco nomear António Costa. É certo que desde daí que o seu trajeto tem sido sempre a descer, mas ainda assim esta semana deve ter sido difícil.
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Começou ainda ufano, na Madeira, o reino do despesismo e da disfunção orçamental, onde afirmou, sem se rir, que as eventuais sanções sobre os resultados obtidos pelo governo PSD-CDS se devem afinal às políticas de Costa e a dúvidas na Europa "sobre as reformas importantes que estão a ser revertidas, sobre a maneira como estamos a andar para trás".
Depois, ao ver que a Comissão Europeia se decidiu por não multar Portugal, foi obrigado também a engolir as declarações de Maria Luís Albuquerque, que tinha garantido uma sanção zero caso ainda fosse ministra, e portanto a reconhecer que a expertise da sua protegida e as políticas do PSD afinal não são precisas para nada.
A seguir, Marcelo anunciou que a crise política se evaporou e que o governo está de pedra e cal. E para terminar, um relatório encomendado pelo FMI arrasou as medidas implementadas durante os anos da troika que ele sempre defendeu.
Passos tem uma famosa pele grossa, mas os hidratantes têm limites e presumo que o PSD também.
JORNALISTA