A jornada em que fomos lembrados de que o futebol é a mais importante das coisas sem importância nenhuma.
Corpo do artigo
Enquanto, um pouco por todos os canais, os virologistas eram despachados a toque de caixa - substituídos em massa pelos experts em geopolítica; enquanto nas redes sociais os negacionistas da vacina foram trocados pelos pseudo-justiceiros-woke; enquanto o Falido Clube do Porto teve a vida facilitada pela enésima vez - e mesmo assim Conceição viu-se e desejou-se no embate desigual perante um Senhor Treinador; enquanto o Sporting teve aquele que terá sido o escorregão decisivo nas esperanças de revalidar o título; enquanto o Benfica realizou frente ao Ajax os melhores 45 minutos em pelo menos dois-anos-dois (!); os campos de futebol - um pouco por todo o mundo, diga-se - encheram-se de povos com a bandeira azul e amarela, cartazes de incentivo, gritos a plenos pulmões pela liberdade duma pátria corajosamente liderada por um (tantos desdenharam) comediante.
E enquanto Nelson Monte, o único futebolista português a atuar na Ucrânia, empreendeu uma verdadeira saga na tentativa de regressar à segurança; Roman Yaremchuk, o único futebolista ucraniano a atuar em Portugal, fez das tripas coração frente aos neerlandeses e comoveu qualquer pessoa possuidora de coração com as suas lágrimas perante o tributo das bancadas da Catedral. Se o futebol tiver uma lição a dar, que seja esta: o melhor dele, de longe, são os seus intervenientes e espectadores. E juntos dão uma aula sobre integração, empatia e comunidade.
Que Putin seja colocado fora-de-jogo, expulso, irradiado, é o humilde mas ardente desejo deste singelo escriba da Finisterra.
Gonçalo Ramos. A enésima chapada na tromba de Jesus.
Que agência de viagens atenderá Manuel Mota? É para um amigo.
Adepto do Benfica