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Indigitado o XXV Governo Constitucional de Portugal, ficamos a saber que a responsável máxima do Ministério da Administração Interna foi substituída.
Na última década, a nova ministra será a oitava a ocupar esse cargo. Como termo de comparação, por exemplo, o Ministério da Justiça conheceu, em igual período, apenas quatro governantes. Não admira, assim, que as imperiosas e exigíveis reformas nas forças e serviços de segurança, em alguns casos, tenham ficado por meras intenções e noutros, acreditamos, nem tempo lhes tenha sido concedido para refletir sobre o assunto.
Em jeito de balanço, e com a honestidade intelectual que o momento impõe, devemos reconhecer o esforço que a ministra cessante dedicou ao diálogo com os parceiros sociais e ao estabelecimento de pontes com os representantes dos profissionais que tutelava. Margarida Blasco assumiu as funções num dos momentos mais conturbados da história da PSP/GNR, fruto de uma inqualificável diferenciação a que foram sujeitas com atribuição do suplemento de missão/risco a outras congéneres com funções similares. Foi com esta governante que os polícias viram essa injustiça ser significativamente atenuada. Foi neste período que se assistiu ao maior incremento de promoções na PSP e, sobretudo, ao reconhecimento da importância de cada uma das carreiras na sua estrutura organizacional.
Não fez tudo, mas em tão pouco tempo fez o suficiente para vir a ser bem recordada.
As forças de segurança têm a expectativa que a ministra Maria Lúcia Amaral, agora empossada, adote uma política de continuidade. A segurança, por muitos e diferentes ministros que a possam tutelar, estará sempre dependente do desempenho dos seus profissionais.