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Vale a pena voltar aos números que Pedro Santos Guerreiro recordou no "Expresso" da semana passada: nos últimos 12 anos, o Estado português entregou 20 mil milhões sem retorno à banca, que se encarregou de os fazer desaparecer num daqueles sacos sem fundo e bem cheios de operações financeiras que ninguém percebe. BPN, BPP, Banif, Novo Banco e Caixa foram financiados pelos contribuintes, numa década em que o que os portugueses mais necessitaram foi de quem os financiasse para aguentar o desemprego, o pagamento de impostos e os financiamentos à banca. Isto é um "catch 22", um ciclo fechado que se repete anualmente, mas em sentido contrário daquela velha máxima. Se for dos contribuintes, em Portugal gasta-se dinheiro para perder dinheiro.
Talvez esteja na hora do contribuinte português criar uma startup financeira: o Banco de Financiamento à Banca. Podemos chamar-lhe "Taxpayerbank", ou outro nome moderno (tem de ser em inglês ou o Paddy e apaniguados não se entusiasmam). Se formos um banco, seremos mais respeitados. E certamente receberemos dinheiro sem que nos façam perguntas ou exigências.
*Jornalista