É reconhecida na rua desde que se lembra e não é fácil para uma figura pública estar sempre bem, ser sempre simpática ou conseguir manter os traços essenciais de quem se é. Há quem se mantenha à tona, mas pagando um preço alto, o do esquecimento do que era antes de se transformar numa máscara que passa a ser a cara original. Bárbara Norton de Matos tem feito comentários sobre a sua filha de 19 anos. Luz vive com o pai e parece estar chateada com a mãe, não interessa. Os filhos ficam chateados com os pais, os meus mais pequenos manifestam-se quando não lhes faço as vontades. Acontece que a atriz confessou publicamente que receia muito pela saúde mental da filha. Fiquei a pensar no que leva alguém a expor assim uma miúda, no que passa pela cabeça de uma mãe para sentir a necessidade de verbalizar tal enormidade? Será que o fez para se proteger do que Luz possa dizer? Acredito que Bárbara está numa dimensão diferente da nossa, vive possivelmente numa realidade feita do que é virtual, aparência e superficialidade. Precisa de ajuda dos seus amigos, precisa mesmo de recordar o que já sabe, que a filha tem 19 anos e precisa de ser protegida e amada. Se Luz não quiser uma coisa e a outra está no seu direito, mas uma mãe (ou um pai), nesse caso, precisa de seguir caminho em silêncio. Dizer que receia pela saúde mental de uma miúda é colocá-la numa posição intoleravelmente frágil entre os colegas da escola, professores, amigos e olhares de quem por ela passa. Marcá-la com ferro em brasa. Não se faz.
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