Apesar de este ser um período pascal, exigir o sacrifício de um cordeiro parece-me amplamente exagerado, e o mesmo se aplica aos bodes, a não ser que sejam expiatórios. Nesse caso, o sacrifício é inerente ao termo, porque ser expiatório significa arcar com culpas que não são nossas, em prol da salvação de alguém ou de um bem supremo. Quatro audições na comissão da TAP depois, a confusão é tão grande que nem o Senhor teria paciência para ouvir tanta alegada inocência. Uma CEO é demitida, mas continua em funções mesmo depois de toda a lama atirada em praça pública, uma ex-administradora até quer devolver meio milhão de euros, mas não há quem deite a mão ao dinheiro. O Governo alargou o guarda-chuva porque cada salpico pode ser um abismo. A TAP parece ser mais um caso de polícia por gestão ruinosa dos dinheiros públicos.
*Jornalista

