O exercício de limpar os livros que já se escreveram é errático e preocupante. A arte sempre espelhou uma parte do tempo e do pensamento de cada época. Imaginar agora alguém a querer censurar o cigarro "pensativo" do Fernando Pessoa por causa da luta antitabágica é só absurdo. Que não se cante o "atirei o pau ao gato", é sinal de evolução, mas a arte deve merecer crítica, enquadramento, etc., deixando os fundamentalistas da moral bem longe. Queimar a criação já feita à lei da regra e esquadro é destruir uma parte do legado da humanidade. Definiu-o bem a escritora Alice Vieira, ´é uma "censura". Os livros não podem ser queimados na fogueira dos obcecados. O que existe deve ser estudado. A História repete-se demasiadas vezes, também no exercício bolorento de tentar atrincheirar o pensamento, ao estilo travar tempestades com as mãos.
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