Nas últimas eleições livres antes da proclamação do "III Reich", ainda havia mais do que um partido em que votar, mas as eleições pouco tiveram de livres.
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Vivia-se em estado de exceção: crise económica devastadora; incerteza e instabilidade sociais ; identidade nacional destruída; clima de intensas divisões políticas; os efeitos do incêndio do "Reichstag", que foi o combustível que acendeu definitamente o caos.
Os partidos moderados não conseguiram dar resposta a nenhuma desta graves perturbações. Os alemães, aturdidos e feridos, começaram a virar-se para um homem, que lhes prometeu tudo, com especial ajuda de Goebbels e das "Sturmabteilung", os "camisas castanhas", que com porrada e propaganda - mais porrada do que propaganda -, espalharam o terror pelo país.
As notícias sobre agressões de apoiantes de Bolsonaro a opositores, que ele não condenou verdadeiramente, são chocantes e somam às preocupações de qualquer um que saiba um pouco de História.
Alemanha/1933 e Brasil/2018, dois percursos paralelos em risco de se cruzarem. Apesar do medo, os alemães resistiram e nessas eleições não lhe deram o poder total. Há ainda uma réstia de esperança para o Brasil.