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Normal, curto, cheio, cheio mas não muito, sem princípio, três quartos, em chávena escaldada, em chávena fria, duplo, com cheirinho, pingado, abatanado. Num país cujo povo tem tantas maneiras de pedir um simples café – a ainda temos as variações regionais bica e cimbalino, ou sucedâneos como o carioca, o descafeinado, o pingo e o garoto – não é difícil compreender que o número de indecisos nas sondagens seja sempre elevado. Somos um povo indeciso. O que não é necessariamente mau. Desconfiemos sempre de quem tem certezas sobre tudo, duvidemos das verdades absolutas. A indecisão leva a pensar, a contrariar o impulso, a fazer escolhas mais fundamentadas. Nem sempre serão as melhores, mas se pensamos tanto na hora de pedir um café, podemos gastar uns minutos a pensar no nosso futuro.