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O sofrimento parece ter virado a página no F. C. Porto. Não mais jogos anónimos, encerrados entre dúvidas e falta de entusiasmo, fechados num permanente convite à dor e à descrença. Durante os últimos anos, este foi o denominador comum em Vila do Conde e o ano passado não foi diferente. Agora dominador e seguro, à sexta jornada, o F. C. Porto confirmou um coletivo rejuvenescido pelas escolhas certeiras de André Villas-Boas no mercado e pela chegada de Farioli, a trabalhar um coletivo em tempo recorde após a saída de palco de Anselmi. Frente ao Rio Ave, seis reforços entraram de início e todos mostraram peso específico, dispensando o período de adaptação que é requerido a quase todos os que chegam a um plantel, oriundos de outras realidades ou campeonatos. A equipa mostrou-se equilibrada, competitiva e plena de confiança. Um regresso à determinação que faz sonhar alto. Uma vitória justíssima, a mostrar trabalho de casa de laboratório. O caso exemplar de Gabri Veiga, redimindo-se da má entrada frente ao Nacional, é paradigmático. O espanhol entregou uma exibição decisiva em dois cantos que deram golo e o terceiro, marcado por ele próprio, após um passe de génio de Pepê. Depois, Rodrigo Mora, eleito o oitavo melhor sub-21 do Mundo, o único a jogar fora do top 5 das ligas europeias, a saltar do banco para mostrar génio mas ainda alguma lacuna na recuperação defensiva. O jogador que Mora vai ser com Farioli, após alguns meses, é quase insondável. Acredito que se torne num atleta mais completo, capaz de poder entrar de caras em qualquer sistema tático, da mesma forma como entra de caras em qualquer equipa. E essa pode ser a definição suplementar que o F. C. Porto necessitará para ser campeão.
*Adepto do F. C. Porto