Corpo do artigo
A estratégia da TAP ao longo dos anos tem sido desinvestir no Porto, focando a operação no hub lisboeta. Uma estratégia eventualmente justa e correta internamente, muito embora gerasse estranheza no público, já que regularmente surgiam notícias de outras companhias aéreas interessadas em voar para o Sá Carneiro.
Tendo em conta este histórico, talvez não seja de estranhar que, agora que as “caravelas” aéreas da companhia área nacional vão ser vendidas, o ministro das Finanças, Fernando Medina, sublinhe a obrigação estratégica de investir no Porto para quem vier a comprar a empresa. Claramente, cá por cima só conseguimos ser relevantes para os estrangeiros.
Agora, perdoe-me Camões, mas deixo uma adaptação aos tempos modernos desta estrofe dos Lusíadas, em homenagem à marcha-atrás do primeiro-ministro na importância da nacionalização da TAP:
Os Airbus e os Embraer assinalados/
Que da Ocidental pista singela,/
Por céus nunca dantes voados/
Passaram ainda além da Portela,/
Em perigos e guerras esforçados/
Ao contrário do prometido pelo Governo,/
Que a gente remota venderam/
A TAP, em que que tanto dispenderam;