Faleceu o cardeal que inspirou ao Papa o nome de Francisco, o brasileiro D. Cláudio Hummes. Esteve ao seu lado no conclave que o elegeu e, ao longo destes anos, apoiou-o sempre.
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Quando foi eleito pairou a dúvida se a escolha de Francisco se referia ao de Assis ou ao de Xavier. Bastaram três dias para ser desfeita a dúvida. No encontro com os jornalistas no dia 16 de março de 2013, o Papa relatou o que se passara. "No conclave tinha ao meu lado o cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e também prefeito emérito da Congregação para o Clero: um grande amigo, um grande amigo!" Depois de eleito Papa, D. Cláudio disse-lhe "Não te esqueças dos pobres!" enquanto o abraçava. "Aquelas palavras gravaram-se-me na cabeça: os pobres, os pobres", contou Francisco. "Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis".
O cardeal Hummes iniciou o seu ministério episcopal como bispo coadjutor da diocese brasileira de S. André, com direito de sucessão, a 29 de junho de 1975. Logo nesse ano, a 29 de dezembro, sucedeu a D. Jorge Marcos de Oliveira. Aí permaneceu até 1996, quando foi nomeado arcebispo de Fortaleza. Durante esses anos distinguiu-se por ser um bispo moderado, mas muito atento aos mais pobres. Colocou-se várias vezes ao lado dos trabalhadores e até apoiou as suas greves.
O cardeal Hummes foi o relator e grande dinamizador do Sínodo da Amazónia. Desde 2020, era o presidente da Conferência Eclesial da Amazónia, organismo criado para implementar as propostas saídas desse Sínodo. Dedicou-se a essa tarefa até aos últimos dias de vida, segundo o "Vatican News".
A recomendação de Hummes a Bergoglio não caiu em saco roto. Os pobres são uma preocupação e uma presença constante em inúmeras iniciativas papais. Elas traduzem bem a prioridade assumida pelo Papa no dia da sua eleição.
Padre