Escrevo estas linhas no dia em que assinalamos mais um 25 de Abril dos seus quase 50 anos de comemoração. Esta é, porém, uma data marcada por contestações e insatisfações, das quais não escapa a área da justiça.
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Nos tribunais, tal como reza a Constituição, administra-se a justiça em nome do povo, mas o povo está descontente e mais descontente estão aqueles que contribuem para essa missão que é a administração da justiça.
Assistimos, quase desde o início do presente ano, a um clima de insatisfação pelas condições de trabalho nos tribunais e progressão das carreiras de quem neles sempre trabalhou - sublinhe-se - com a responsabilidade que se exige. Isto é inegável, como inegável é que se não compreenda a falta de diálogo para com esses profissionais, sem os quais não se poderia exercer de pleno um Estado de direito.
O povo merece que a sua justiça seja administrada com celeridade e eficácia, mas esta não se pode bastar com a expectável bondade das suas leis. A justiça concretiza-se nos seus alicerces, que são os tribunais, e estes funcionam de pleno com todos os profissionais que neles exercem funções.
Presidente do Conselho Fiscal da Associação das Juízas Portuguesas