Corpo do artigo
No 7.º Quarteirão da Estratégia para a dispersão dos fluxos turísticos do destino Porto está integrado o Carvalhido. Nada mais apropriado porque, vendo bem, este lugar, outrora um casal pertencente à família Noronha e Meneses, da Quinta da Prelada, representa espécie de vila urbana (como os franceses as designam).
Na confluência das estradas de Viana (por Monte dos Burgos) e Bouças (por Francos), no Largo (a partir de 1835, Praça do Exército Libertador que aqui estacionou, a caminho do Burgo, em 1832), havia tudo. Igreja, de 1775, dedicada a N. Sª. da Conceição. Paróquia, desde 1941 do Sagrado Coração de Jesus (que, em 1969, inaugurou igreja nova). Jardim Infantil, grupos coral e de teatro. Presépio monumental e iluminações natalícias, suportadas pelos comerciantes, antes de surgirem noutros locais
E havia o necessário para o quotidiano da comunidade: confeitarias, mercearias, farmácias, lojas de utilidades, electrodomésticos e vestuário, sapatarias, quiosques, cafés, bancos, fotógrafos, enfermeiros, garagens, tascos e restaurantes, tudo. Até armador, correios e um clube eclético (o União Francos Figueirense). E uma Comissão que organizava a Festa do Senhor do Padrão dos Aflitos, em fins de Julho, incluindo solene procissão (com andores), iluminações e arraial (morreu, há pouco, de eutanásia cívica – e, se calhar, religiosa).
Se juntarmos a tudo isto, a memória dos estúdios da Invicta Film e o polo cultural da Quinta da Prelada, o Carvalhido possui as características para constituir uma centralidade, com maior identidade e diferenciação do que outras eleitas como tal.
*O autor escreve segundo a antiga ortografia