A palavra habitação tem sido, nos últimos dias, repetida por todos os quadrantes políticos. O Governo anunciou medidas, a Oposição contraria as intenções, os inquilinos aguçam ouvidos, os senhorios refilam, os empresários de hotelaria berram.
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Diz a Constituição que a habitação é um direito. Para muitos, porém, nem direito nem esquerdo nem sequer uma cave há para arrendar a preços justos. Lisboa e Porto viveram, há alguns anos, a moda de serem "melhores destinos turísticos" de lá, de cá, do além, fomentando que velhos e novos fossem escorraçados de imóveis que acabaram transformados em alojamento local, hotéis, hostels e outros que tais. As casas tornaram-se num luxo e os arredores seguiram a rusga, com preços incomportáveis. Brinca-se às casinhas enquanto as famílias arranjam sempre um cantinho para quem não tem o tal direito constitucional.
*Jornalista