O ano de 2020 está a ser inclemente e as anormalidades não param: em Portugal tornou-se aceitável debater o que não poderia nunca gerar debate algum.
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Aconteceu, durante o congresso de um partido, a votação de uma moção que propunha a retirada de ovários a mulheres que abortem no Serviço Público de Saúde, "como forma de retirar ao Estado o dever de matar recorrentemente portugueses por nascer, que não têm quem os defenda no quadro atual".
É o mesmo partido que propõe uma revisão constitucional que torne legal a castração física de pedófilos. Provavelmente castrados no córtex cerebral, há militantes desse partido que não sabem que o Mundo ocidental não é compatível com a mutilação legalizada e outras barbaridades que advogam.
Igualmente castrado no hipocampo, um professor de Direito da Universidade de Lisboa propôs-se a ensinar a "violência doméstica como disciplina doméstica" e outras alarvidades como debater a "substituição da moral de Cristo pela imoralidade da besta".
Todos os meses deste ano maldito, todos os dias, mais um passo em direção ao abismo. 2020 tornou-se o ano de todas as impossibilidades.
*Jornalista