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Corrupção, morte e encobrimento. Poderia ser o mote para um filme policial, mas é a premissa do mundial de futebol 2022. Um processo que começou torto, com as suspeitas de corrupção na atribuição da prova ao Catar, e que nunca mais se endireitou. Logo após a decisão do local, a crítica focou-se na realização da prova em novembro, devido ao calor insuportável para se jogar futebol no verão, mas, mesmo com esta mudança, os estádios vão ter gigantescos sistemas de refrigeração para ser possível a prática desportiva. A organização afirma que a prova vai ser ambientalmente "neutra", mas as contas parecem não bater certo.
Milhares de imigrantes paquistaneses, indianos, cingaleses e bengalis participaram na construção dos estádios. Apesar de o número de mortos em acidentes de trabalho ainda estar em disputa e de poder chegar aos milhares, certamente não serão os três citados por Infantino, que se esqueceu de referir as condições sub-humanas em que estes trabalhadores são mantidos. E agora a prova vai começar, num país em que a homossexualidade é crime. E o que diz a FIFA? Vamos lá focar-nos no futebol e esqueçam os direitos humanos. Ide-vos catar, digo eu.
*Jornalista