<p>Foi com entusiasmo que assisti à apresentação da candidatura presidencial de Cavaco Silva. No mesmo cenário de há cinco anos, com um discurso formalmente idêntico, com uma substância ainda mais sólida, e com a necessária adaptação aos tempos que correm, o candidato demonstrou a relevância das palavras estabilidade e previsibilidade. Numa altura em que a desilusão dos portugueses vai aumentando, é muito conveniente ter em Belém alguém que não surpreende. Alguém que conhece bem os poderes presidenciais, não os extravasando mas também não se deixando limitar. Alguém que conhece bem os problemas e os trata com elevação. Alguém que mantém um espírito de precisão bem adequado às funções que pretende exercer. </p>
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Mesmo num discurso linear, como o da apresentação desta recandidatura, há aspectos que cada ouvinte salienta de forma diferente. Não fujo a essa regra. Logo ao início gostei muito de ouvir as referências à família, às Forças Armadas e a necessária contenção de gastos na campanha eleitoral (já há muito deveria ter sido dado este exemplo). Também não posso deixar de referir a assunção dos poderes presidenciais, bem como a referência aos avisos que foi fazendo relativos à situação nacional. Foram vários nos últimos anos e apresentados de forma clara e muitas vezes com estrondo. Foram ouvidos? Foram seguidos? Muitas vezes não. Quanto a essa matéria, a culpa está em quem não quer ouvir, não em quem quer, dentro dos seus limites, modificar a situação. É, precisamente, esta postura presidencial atenta e responsável que nos dá segurança para o futuro de que o país tanto precisa.
Mas para além do discurso está toda a atitude perante a vida que Cavaco evidencia. Todos conhecem bem Cavaco Silva. Sabem quem é e o que quer. Respeitam a sua grande experiência e rigor. Conhecem o seu percurso de vida. Muitos o apontam como um exemplo de um homem nada dado a radicalismos. É precisamente disso que a política necessita. Precisamos de alguém que pauta a sua vida pela normalidade e pelo respeito pelas instituições, e não por jogos políticos e partidários.
A magistratura activa de que Portugal necessita não pode ser exercida por quem não conhece e não é conhecido. É tudo isto que não foi entendido pelos restantes candidatos. É também por isso que a escolha do próximo mês de Janeiro me parece clara e evidente. É por todas estas razões que me sinto empenhado para que tenha sucesso.