Em dezembro terminaram as celebrações do vigésimo aniversário da inscrição do Alto Douro Vinhateiro (ADV) na Lista do Património Mundial de UNESCO na qualidade de paisagem cultural, evolutiva e viva. A inscrição do ADV exalta a paisagem transformada pelo Homem ao longo do tempo, que a torna excecional e única, um caso de conjugação da natureza com o trabalho humano. Sublinha o trabalho de gerações de durienses que construíram os socalcos sustentados por muros, uma marca distintiva da paisagem duriense.
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Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro promovido pela UNESCO assume que, direta ou indiretamente, a chancela de Património Mundial teve um impacto económico positivo, em especial no turismo. O impacto da marca UNESCO tem, claramente, um efeito positivo na generalidade dos indicadores selecionados, que se estende à região envolvente.
Contudo, suscita uma crescente pressão, exigindo que a evolução da região seja monitorizada de forma contínua, avaliando-se o possível impacto do que acontece em diferentes vertentes. A preservação do ADV como Património Mundial exige um envolvimento e sensibilização para o seu valor intrínseco pelos durienses e os seus visitantes. Exige um escrutínio permanente pela sociedade civil e uma intervenção pública, evitando intervenções que descaracterizem o bem ou possam lesar o conceito de Património Mundial.
Preservar a distinção reclama medidas capazes de sensibilizar e mobilizar os atores locais, que são os verdadeiros agentes da paisagem e os dinamizadores da economia do território, na perspetiva de uma ampla comunicação nacional e internacional da região. Desta forma, o Douro enquanto marca única associada ao seu património pode afirmar-se como destino de excelência e uma região empreendedora.
Docente universitário