A melhor forma de felicitar o Papa Francisco nos dez anos da sua eleição é acompanhá-lo naquelas que têm sido as bandeiras do seu ministério pastoral. Nomeadamente na "tolerância zero" em relação aos "abusos sexuais de menores e adultos vulneráveis na Igreja", que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) menciona na nota publicada para celebrar essa efeméride.
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A CEP destaca o empenhamento do Papa depois de realçar o seu "intenso magistério". Enquadra-o pela "atenção aos mais pobres" e pelo "cuidado pelos mais descartáveis". Sintetizam-se, também, outras causas caras ao Papa.
Não são referidas explicitamente as invetivas do Papa contra o "clericalismo" ou o "carreirismo" que tem caracterizado muitos dos seus discursos. Estas estão incluídas na referência ao compromisso do Papa com a renovação da Igreja, "para que retome com vigor a sua essencial dimensão sinodal e missionária".
Da mesma forma não são mencionados o acolhimento aos homossexuais ou aos divorciados que assumiram uma nova união, propostos pelo Papa. Estão implícitos nas suas "atitudes e gestos apontando para que a Igreja de Jesus Cristo seja autenticamente inclusiva, aberta e "em saída"", referidos pela CEP.
Vários bispos demonstraram a sua comunhão com o Papa ao executarem as determinações por ele exigidas no combate aos abusos, nomeadamente a atenção às vítimas e o afastamento dos padres denunciados. Destacou-se D. Armando Esteves Domingues, o bispo de Angra, não só por ter sido um dos primeiros - com o arcebispo de Évora - a divulgar as medidas que tomou em relação às denúncias da Comissão Independente, mas, sobretudo, pela clareza e profundidade do comunicado que publicou.
Mais importante do que felicitar o Papa no aniversário da sua eleição, é acompanhá-lo na determinação em reformar a Igreja e no combate aos abusos.
*Padre