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O quadro está feio no Porto e a prova disso é o número de “conteúdos” que tem sido partilhado nas últimas semanas - nos media oficiais e oficiosos - com casos de roubos, agressões e incidentes diversos no espaço público. A “sensação de insegurança” de que se fala já não é só aparente e está a ser demonstrada pela população, possivelmente por esta sentir que, de outra forma, as autoridades não prestam a devida atenção ao problema.
Respostas precisam-se, sob pena deste fenómeno escalar e ganhar proporções mais graves. Desde logo, por parte do Ministério da Administração Interna, a quem a Associação Comercial do Porto expressou formalmente as suas preocupações sobre esta matéria e exortou a tomar medidas urgentes, quer ao nível do patrulhamento policial, quer numa prevenção da criminalidade mais ativa e com resultados efetivos.
Da mesma forma que se reclama outra intervenção por parte da autarquia, que tem vindo a defletir as responsabilidades para o Governo, sem explicar muito bem para que serve e até onde pode ir a Polícia Municipal. A ideia que fica sobre esta força de segurança é que deposita bem mais energia na vertente da fiscalização do trânsito, do que noutras atribuições que lhe são conferidas, designadamente nos critérios da “tranquilidade pública e na proteção das comunidades locais”. E, se assim é, ou vai continuar a ser, não se percebe muito bem o motivo de se continuar a reclamar mais efetivos.
Seja pelo lado da PSP, pelo lado do Município, ou desejavelmente pelos dois, importante mesmo é que os cidadãos portuenses se sintam seguros e protegidos no seu dia-a-dia, sem medo de sair à rua e fazer a sua vida com normalidade. Como também é fundamental salvaguardar a imagem e reputação de uma cidade hoje cada vez mais global, visitada em 2023 por mais de 6 milhões de pessoas e escolhida por muitas famílias estrangeiras como um bom local para viver e investir.
Parafraseando os saudosos Trabalhadores do Comércio: “chamem a polícia!”. Mas chamem mesmo! Ou teremos a autoridade a ser exercida nas ruas, num espetáculo de justiça popular indesejável e pouco condizente com a imagem que o Porto tem e deve manter.